Esses indígenas eram escravizados e levados para trabalhar nas lavouras dos portugueses que ficavam em São Paulo. No início do século XIX, quando o Rio Grande do Sul passa a fazer parte oficialmente do Brasil, o território de Arroio do Meio era ocupado por indígenas e grupos de posseiros (1).
Em 1816, Ricardo José Villanova, que morava em Taquari, recebeu do governo português uma sesmaria, denominada Fazenda São Caetano, para desenvolver a agricultura. Esta propriedade localizava-se no território do atual município de Arroio do Meio, entre as atuais localidades de São Caetano até o Arroio Forqueta, e do Rio Taquari até os morros de Arroio Grande e Palmas.
Em 1844, Villanova vendeu as terras de São Caetano para outro morador de Taquari, o Capitão Francisco Silvestre Ribeiro. Este, por sua vez, também recebeu do governo uma área que ia de São Caetano até o arroio Jacaré em Encantado, provavelmente por ter lutado em alguma guerra, como a Revolução Farroupilha, por exemplo. Desse modo, ele possuía uma grande parte do território do atual Arroio do Meio. Foi por volta de 1850 que iniciou efetivamente as atividades na Fazenda São Caetano, que nesta época, possuía: casas de moradia, casa de atafona, engenho de cana, plantações, campos e matos. Além disso, na Fazenda trabalhavam empregados do Capitão Ribeiro e escravos.
Com o falecimento do Capitão, seus herdeiros começaram a vender partes da Fazenda São Caetano. Em 1860, Johann Gerhard e seus filhos compraram a parte da fazenda onde hoje se localiza São Caetano. Eles foram os primeiros imigrantes alemães que se fixaram em Arroio do Meio. Em 1861, a parte da fazenda que compreende o espaço entre a Rua Gustavo Wienandts até o Arroio Forqueta, incluindo o atual centro da cidade, foi comprada por Antônio Fialho de Vargas. Ao longo da década de 1860 e 1870 chegam mais famílias de imigrantes alemães, também italianos e outras etnias, que juntamente com os que já viviam na região desencadeiam o efetivo processo de colonização.
Na época, o povoado era chamado Nossa Senhora do Auxílio da Barra do Arroio do Meio e pertencia a Taquari. Mais tarde foi parte de Estrela e de Lajeado, tendo se emancipado deste último pelo decreto estadual nº5759 de 28 de novembro de 1934. A instalação do município ocorre posteriormente, em 02 de janeiro de 1935.
A invocação religiosa no nome se devia à santa padroeira do povoado, hoje conhecida como Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Quanto ao restante do nome, este se deve à localização da sede do povoado e dos vários cursos de água que o cortavam e serviam como via de acesso ao território no início da colonização. A primeira planta do povoado data de 1875, sendo da parte central do local, então situada próximo ao Arroio do Meio, que por sua vez é assim chamado por situar-se entre os Arroios Grande e Forqueta.
(1) Como posseiros entende-se escravos fugidos, descendentes de escravos, tropeiros, fugitivos do Exército e da Justiça, enfim, aqueles que não tinham terra e nem trabalho nas fazendas da região.
Autora: Carla Jaqueline Schroeder - Coordenadora Técnica do Museu Público Municipal de Arroio do Meio
A cidade recebeu este nome pois está situada junto ao Arroio com este nome, cuja denominação é devido a seu posicionamento entre o Arroio Forqueta e o Arroio Grande.
A bandeira municipal foi uma criação das irmãs Eda e Amélia do Colégio São Miguel. Sua cor predominante é verde. Possui uma faixa branca em diagonal e no centro da bandeira está o brasão do município.
Com a participação dos alunos do Seminário Coração de Jesus, foram elaboradas poesias, que
adaptadas, deram origem à letra do Hino de Arroio do Meio.
Os autores da letra do Hino
foram o Pe. João Alberto Hickmann e Pe. Heitor Rossato.
A música é de Cláudio
Kerbes.
Salve flor, dentre as flores queridas
Terra moça, formosa e gentil
Salve Arroio do Meio em que a vida
No trabalho faz grande o Brasil
Salve Arroio do Meio brilhante
Como a luz no esplendor do arrebol,
Teu porvir é porvir de gigante
D´ um futuro ridente de sol!
Salve Arroio do Meio formoso
Terra nobre, que encanta e sorri,
O teu povo se imola ditoso
Pela pátria, por Deus e por ti!
No trabalho teu povo incansável,
Generoso derrama suor
A regar esta Terra adorável
E a fazê-la mais rica e melhor!
Em 03 de outubro de 1968 foi definido o brasão do município. É um escudo português dividido em duas partes. Na primeira parte há um campo separado em duas linhas representando os 3 afluentes do Rio Taquari: Arroio Forqueta, Arroio do Meio e Arroio Grande. Na linha central aparece uma estrela, simbolizando o no nome do município (sobre o Arroio do Meio). Abaixo, em sentido horizontal, o Rio Taquari, no qual desembocam os três arroios. Na parte inferior do escudo encontra-se uma espiga de milho e um ramo de soja, representando as principais culturas do município. Na faixa da base do brasão temos o nome do município e ao lado as datas: 1853 – Fundação da Colônia de Arroio do Meio e 1934 – Emancipação do município. Na parte superior do escudo, um mural com quatro castelos, representando os quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Eclesiástico. Este símbolo é usado em todos os papéis e documentos emitidos pela prefeitura.
Adotada como flor oficial de Arroio do Meio, o Hibisco é popularmente conhecido como Mimo-de-Vênus, Hibisco-da-China ou Graxa-de-Soldado, pertencente a família das Malváceas. Constituída em arbusto, tem sua origem na Ásia e na China, podendo alcançar quando adulta, até 3 metros de altura. Suas flores são grandes e vistosas, em cores variadas, florescendo quase o ano inteiro, tendo como polonizadores especialmente os beija-flores. Suas folhas mantêm-se sempre verdes, em formato oval do tamanho de até dez centímetros. Encontramos esta flor em abundância em nosso município.
Elevação basáltica proeminente situada ao norte do Município de Arroio do Meio, distrito de Palmas, com acesso pela RS-130 em direção a Encantado. Um dos principais cartões postais do Vale do Taquari, cuja vista panorâmica no topo do morro, a 559 m.a.n.m. permite avistar cidades como Roca Sales, Colinas, Lajeado e a inconfundível curva do Rio Taquari. O local é procurado para a prática de esportes como paraglyder, escaladas, ciclismo e trekking. Parte do Morro Gaúcho é considerado Área de Preservação Permanente (APP).
Crédito Imagem: Ana Cristine Majolo - Concurso Fotográfico Arroio do Meio 80 Anos
Foto 2: Eduardo Pires.
A Praça leva este nome em homenagem a José Antônio Flores da Cunha que foi quem decretou a criação do Município. A Praça possui área de lazer infantil para o entretenimento das crianças, além de quadra para a prática de esporte e acesso a internet. Aprazível espaço arborizado para o convívio comunitário, a praça oferece também banheiros, iluminação e bancos para descanso. O local oferece, como diferencial, um calçadão coberto, denominado Rua de Eventos, palco de várias programações artísticas, culturais e esportivas do município.
Crédito das imagens: Jane Carolina Schwarzer, Osnir Marchini e Janaina Baron - Concurso Fotográfico Arroio do Meio 80 Anos
A Área de Lazer Pérola do Vale está situada no centro do Município. Ideal para a prática de caminhadas, o local possui caminhódromo, academia ao ar livre, banheiros, iluminação, área verde e bancos para descanso. O espaço oferece também quadras para a prática de esportes e pista de skate. A área é uma das principais opções de lazer, entretenimento e recreação ao ar livre do Município.
Crédito das Imagens: Anderson Silveira Dauermann, Jéssica de Oliveira Eidelwein, Luis Paulo Neumann e Ismael Datsch - Concurso Fotográfico Arroio do Meio 80 Anos.
Lançado oficialmente em novembro de 2013, o Roteiro de Turismo Rural CAMINHOS DA FORQUETA reúne empreendimentos turísticos do distrito de Forqueta, evidenciando as belezas naturais, agroecologia, arquitetura e potencialidades culturais da localidade. Integram o roteiro, a Igreja de Pedra e de São Vendelino, o Relógio dos Chás, o Camping do Erineu, o Alambique Maders, o Apiário Gisch, a Trilha da Pedra e Agroecologia Helena, Sítio Leite Verde, Café Colonial Reichert, Agroecologia Ferrari/Sistema Colhe-Pague e Artesanato. Informações e agendamentos pelo (51) 9993-6784 e caminhosdaforqueta@gmail.com.
Edificada pelo construtor José Pohl, a Igreja Matriz foi inaugurada em 15 de dezembro de 1940 e tem por padroeira a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Localizada no centro da cidade, em frente a Praça Flores da Cunha, a Matriz atrai visitantes pela imponência do conjunto arquitetônico que inclui a Casa Paroquial, construída em 1918. Em estilo neogótico, o templo apresenta um dos mais marcantes elementos decorativos presente nas igrejas, os vitrais. Enormes e coloridas janelas que retratam cenas bíblicas formam vibrante jogo de luz.
Crédito das imagens: Júlia Camila Erstling, André Augusto Gotardi, Maria Helena Muller e Heinz Schnack - Concurso Fotográfico Arroio do Meio 80 Anos.
Erguida em 1918, foi consultório e residência do médico alemão Ernesto von Haeckel, quando da transferência da família para Arroio do Meio. Falecido em 1929, a viúva permaneceu na casa até meados da década de 30. Em 1941, foi vendida para a família de Edgar Jung. Em 1951, o imóvel foi adquirido pelo Poder Público para abrigar o Paço Municipal, de 1952 a 1974. Após, a casa ficou fechada até 1979, quando foi adquirida por Lauro Fröner, abrigando estabelecimentos comerciais. Em 1986, o imóvel foi declarado de utilidade pública, desapropriado, e readquirido em 1992 pelo Poder Público, sendo instalada no local a Casa de Cultura e Biblioteca Pública. De 1998 a 2008 abrigou a Secretaria de Educação e Cultura. Em 28 de novembro de 2002, o prédio foi tombado como Patrimônio Histórico Cultural Municipal por meio do Decreto nº 1.439. Desde 2008, adotou o nome de Casa do Museu, por abrigar o Museu Público Municipal de Arroio do Meio, oficialmente constituído em 2013.
Aspiração antiga de vários municípios, a construção da Ponte de Ferro iniciou em 1927, sendo as obras paralisadas em 1929 por falta de verbas. Concluída dez anos depois, foi inaugurada em 16 de julho de 1939, com a presença de diversas autoridades e cerca de 10 mil pessoas, pela importância desta conquista. A Ponte de Ferro liga os municípios de Arroio do Meio e Lajeado, marcando o encontro dos rios Taquari e Forqueta. A estrutura da ponte veio da Alemanha. O local é ponto de prática de rapel e pêndulo e foi cenário do filme "Os Famosos e os Duendes da Morte", de Esmir Filho. Um dos cartões postais do município, o local é um dos ângulos preferidos para fotografar o pôr do sol, emoldurando o encontro das águas.
Créditos da Imagens: Capa: Denise Weisheimer - Concurso Fotográfico Salve Arroio do Meio Brilhante...
Foto1: Maria Helena Müller - Concurso Fotográfico Arroio do Meio 80 Anos.
Aberto ao público desde 1997 como Pesque Pague, o Centro de Lazer Arroio Grande, está localizado no distrito de Arroio Grande. Após ampliar as opções de lazer e entretenimento com a instalação de piscinas com rampas e escorregadores, o local é um dos atrativos da temporada de verão. Oferece ainda açudes para pesca e área de camping arborizada com chalés para aluguel, arroio, cachoeira para banho, campo de futebol, canchas de bocha e churrasqueiras sob a sombra. A estrutura oferece também serviço de bar e restaurante.
O Morro São José, também conhecido como Morro da Antena, permite a contemplação da beleza e imensidão do Vale do Taquari. Localizado no topo do morro, o Galpão da Integração possibilita privilegiada vista panorâmica da região e oferece restaurante com estrutura para festas e eventos. No cardápio, a peculiar comida caseira.
Crédito de Imagem: Mariele Roberta Gallas - Concurso Fotográfico Arroio do Meio 80 Anos.
Construído no século passado,no período de 1900 a 1951, o templo foi erguido com o trabalho voluntário da comunidade do Distrito de Forqueta. Os fiéis dedicaram-se ao serviço de extração e transporte das pedras grês para a sua edificação. Pelo diferencial da sua construção e excelente acústica, a Igreja de Pedra, constitui-se em um dos pontos turísticos do município e integra o Roteiro Caminhos da Forqueta.
Créditos de Imagem: Gustavo Rohrig Klein - Concurso Fotográfico Arroio do Meio 80 Anos.
A atual igreja católica do Distrito de Forqueta foi construída em 1956 sob a invocação de São Vendelino, santo protetor dos agricultores, animais e da mãe terra. O local integra o Cenário da Lagoa, onde ocorre anualmente, na Sexta-Feira Santa, a Encenação da Via Sacra, apresentada por atores locais. Em frente ao templo, a estátua de São Vendelino evidencia a devoção ao padroeiro. A Igreja São Vendelino integra o Roteiro Caminhos da Forqueta.
O lançamento da pedra fundamental da atual igreja foi em 24 de agosto de 1954. Levou oito anos para ser concluída. Foi erguida com mão de obra voluntária e doações dos membros da Comunidade Luterana São Paulo. A arquitetura da igreja remete para as igrejas americanas. Tem belos vitrôs que chamam a atenção pela mensagem e o colorido. No alto da torre a imagem de Jesus, razão da existência desta igreja. A acústica é outro destaque que chama a atenção de coralinos e regentes que ali se apresentam.